Ela estava sentada, já cortava vínculos com o passado,queria esquecer,ou melhor: estampar esse buraco que sangra,varrer os cacos para de baixo do tapete da sala,mas uma voz distante acompanhada de passos parou em frente ao terraço que dá pra o quintal e suspirou com nostalgia,quase deixando as palavras caírem pelo chão: ~"'Que saudade de mamãe,ela passava o dia aqui nessa varanda a fazer palavras cruzadas"..
Bateu-me um desespero,uma morte fatal,uma dor inexplicável,senti meu peito jorrar,minhas lágrimas queriam cair,mas naquele momento eu não deixei,só passei a viver uma melancolia incerta,introspectiva.
Esperei ela ir embora, eu não poderia chorar na frente dela,eu não poderia abrir aquelas feridas na frente dela e de ninguém,talvez isso que faltasse em mim,mas a secura do meu coração não permitia mais,eu estava fora de mim,ou dentro de mim,ou melhor: eu estava na ténue linha de ser e estar, e em todos os momentos eu só me permitiria ser,ser feliz, talvez. Felicidade-melancolia. As pessoas podiam me ver sorrir,mas quando o silencio falava,minha face melancólica voltava, se instalava de uma maneira devastadora e quando alguém olhava e perguntava : O que foi minha linda? Eu falava : nada! Disfarçava com o olhar, ou sorria.. ou simplesmente desviava para dor de cabeça, essa é infalível, todos acreditam.É, eu sei mentir,mas é ao meu favor,é a favor das minhas mascaras,sem elas,concerteza eu não estaria aqui nem conseguindo sobreviver em relatar esses fatos. Talvez criticada serei por falar isso em publico,criticada por um "padrao'' que não existem mentiras,nem farsas,mas duvido alguém que faria melhor~
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