Quando o dia passa,sem muito sentido,seus órgão vão querendo seus alimentos,mas nada entra,nada se absorve naquele corpo. Aquele corpo mais ou menos parecido com aquelas mulheres grega-romanas,seios bem aveludados de branco,mãos delicadas e maciças,lábios rosado,que nem precisavam entrar em contacto com algum batom,algumas cicatrizes nas pernas,no braço,nos pulsos..
mas nada que não contasse sua história,afinal,para ela tudo faz parte de nós,até os momentos tristes.
Naquele dia,tudo a surpreendeu,pois não tinha sido um dia tão sobre carregado assim,ela tinha dormido bastante,dormido demais;mas ela sentiu desejos e sensações estranhas ao se olhar pelo seu espelho de cabeceira.Ela se olhou,jogou seus cabelos para o lado,vestiu suas meias 3/4 preta e seu sapato vermelho e se perguntou o motivo que estava só,só! Sozinha, solitária,quase todas as noites onde só precisara de um braço atravessando suas costas,uma mão acariciando sua nuca, um beijo selando seus desejos. Ela perguntou-se,apesar de já saber a resposta,a´pesar da resposta zonzear em seu ouvido todo tempo quando ela deseja algo,alguém.. Hoje ela não quis ser ela. Se olhou no espelho,deitou-se na cama,jogou qualquer lembrança infantil para fora da cama,ali só caberia gozos,felicidades,delírios,delírios dela(delírios meu),ali só caberia algo que ela não queria acreditar que estava fazendo para não se sentir só,para não se sentir amada e tocada com carinho. Lembrou-se de todas as desilusões,agarrou seu espelho pelas pernas,fechou os olhos,cuspiu seu indicador direito e foi ao encontro do seu libido,do prazer melancólico. Em alguns suspiros,ela lembrava de coisas que não era pra lembrar,de pessoas que não sente orgulho dela,de pessoas que querem mudanças,de morte,do abandono.. Então ela teve que aumentar o ritmo,afinal,ela sabia onde era o limite. Rodou com seus dois dedos,foi fundo,dessa vez ela foi fundo,não sentia mais as pernas,os dedos estavam dormentes e se sentia com sono,cansada e com sono. Lavou-se,vestiu uma camisola,ainda muito nova, sem muita historia, sem muito carinho.É assim que ela vivia..sem muita historia,sem muito carinho,sem muito passado presente.anseios do mais intimo ego.É assim, acordar,almoçar,sair,chegar.dormir,sem nenhuma companhia pra falar ou pra ler algo que a interessou,sem ninguém para tocar-lhe a cabeça.Por vezes ela tentava encostar sua cabeça em um ombro amigo,mas era inútil a tentativa,ela é orgulhosa demais para tal ato,ela se sentiria pior se fizesse e fosse rejeitada mais uma vez. Então ela espera. Frágil demais,pequena demais para carregar o mundo nas costas,ela liga seu abajur,limpa a cama e trás todos os seus pequeninos ursinhos de pelúcia e seu edredom de coração coloridos para cama,ela chora,reza.. mas para no meio,abraça sua lembrança e dorme.. ela dorme,enquanto ele não vem.
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